sexta-feira, 19 de junho de 2009

Confissão - Dead Reckoning


Confissão (Dead Reckoning) de 1947 é um filme caracterizado como noir por trabalhar o universo de um homem oprimido, vitimizado pelo pós-guerra, que luta contra dilemas de um mundo contemporâneo. Os personagens desse estilo de filmes estão em sua maioria ligados a histórias cercadas por crimes e mistérios além de mentiras e traições onde as mulheres significam uma séria ameaça as crenças e convicções de certo e errado. O herói noir é marcado pela afirmação heterossexual, onde o personagem principal é viril, mas vê na mulher o perigo da femmes fatale.
Os personagens principais deste estilo de filme estão sempre envolvidos num mundo cínico e antipático.
Um das características dos filmes noir é o fato de estarem cercados por dramas inteligentes e austeros permeados por niilismo, desconfiança, paranóia e cinismo, em ambientes realistas urbanos e utilizando-se de técnicas como narração confessional ou movimentos de câmera com o ponto-de-vista do herói.

Dentro deste contexto o diretor John Cromwell criou no filme Confissão o intrigante personagem do herói-noir capitão Rip Murdock (Humphrey Bogart), recém chegado da Segunda Guerra juntamente com seu amigo o sargento Johnny Drake (William Prince). Murdock descobre que seu companheiro de batalha está envolvido em um crime e que o mesmo desaparecera sem deixar pistas. Disposto a descobrir o mistério que permeiam o passado de seu fiel amigo o capitão Rip terá que enveredar por um mundo cheio de pessoas inescrupulosas e muito mistério, alem da charmosa e intrigante Coral Chandler (Lizabeth Scott), uma antiga cantora de cabaré que agora encontra-se viúva de um milionário.
Em meio as suas investigações Rip descobre que seu amigo no passado se envolvera com a cantora, e logo começa a julgá-la e se empenha especialmente em denegrir a imagem da misteriosa mulher pela qual Johnny estava apaixonado.
O capitão Murdock, porém acaba se envolvendo com a femmes fatale e ex cantora de cabaré cuja os cabelos cheiram a jasmim, enveredando por um caminho que ele mesmo não imagina onde pode chegar.

Os filmes noir são característicos das décadas de 1940 e 1950 "período clássico" deste estilo. Alguns historiadores do cinema consideram Stranger on the Third Floor (1940) como o primeiro film noir genuíno.. Touch of Evil (1958), de Orson Welles é comumente citado como o último filme do período clássico.
Outra característica do noir é o fato de serem películas produzidas especificamente em preto e branco.
Considero meus preferidos dentro deste leque os seguintes filmes: "Gilda"(1946), "À Beira do Abismo" "The Big Sleep" (1946) e "Foragidos da Noite" "Night And The " - (1950)". Lógico que existem muitas outras pérolas deste estilo que vale a pena serem descobertas...

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Lee Wiley


Já faz uns dois anos que assisti um certo episódio do seriado "Cold Case" a história se passava na década de 50 e como sempre o fundo musical era impecável. Lembro-me que a música era de uma cantora com voz apaixonante e que lembrava muito Billie Holiday, mas eu sabia não se tratar de Billie pois tenho praticamente toda a discografia da mesma. Imediatamente comecei minha procura pela internet atrás da tal cantora desconhecida. Comecei a digitando pequenos trechos da canção que ouvi no filme que ficaram guardados em minha memória.
Descobri que a cantora desconhecida que eu tanto apreciei ouvir era nada mais nada menos que Lee Wiley. Fiquei tão perturbada e emocionada com a voz de Wiley que simplesmente passei a noite vendo e ouvindo os vídeos disponíveis da mesma no you tube.
Para quem não sabe, Lee Wiley foi uma cantora americana de jazz, muito popular nos anos 1930, 40 e 50.
Cantou na famosa orquestra de Paul Whiteman e com a famosa banda de swing Casa Loma Orchestra. Escreveu inúmeras letras para as composições de Victor Young, dentre as quais “Got The South In My Soul” e “Anytime, Anyday, Anywhere”, que, nos anos 50, seria um hit de R&B.
Eu possuo o CD Night in Manhattan que é maravilhoso, particularmente
gosto muito da música carro chefe, Manhattan assim como Street of Dreams e Sugar.
Presenteio aqueles que me acompanham nesse blog com um vídeo divino de Lee Wiley.
Desfrutem essa pérola e espero que assim como eu, vocês sejam contaminados por essa voz sensual, meio sussurrada, com um timbre intimista e lírico, sempre com interpretações sofisticadas.
Disponibilizo o DOWNLOADS DO CD Night in Manhattan para quem interessar, link abaixo.


DOWNLOADS DO CD Night in Manhattan
Lee Wiley.rar



terça-feira, 16 de junho de 2009

O Pecado Mora ao Lado - "The Seven Year Itch"


Inicia-se um ritual em Nova York, mais especificamente em Manhattan, onde milhares de homens despendem-se de suas famílias, para que essas possam desfrutar as férias de verão no norte e escaparem do calor da cidade. Enquanto isso os homens levam suas vidas livres, leves e soltos na pratica da "caça e peca". Assim também acontecesse com Richard Sherman (Tom Ewell) que vê sua família indo passar férias fora permitindo que ele possa ter a oportunidade de “respirar” ares novos, sem o controle da esposa.
Em sua primeira noite de solidão, Richard depara-se com uma nova vizinha, a garota do andar de cima, Marilyn Monroe (que está mais linda do que nunca nesse filme).
Ambos iniciam uma “amizade” que vai mexer com os hormônios do senhor Sherman já que a tentação da infidelidade vai bater a sua porta.

O filme mexe com a inteligência do público na medida em que coloca algumas brincadeiras demasiadamente divertidas. Exemplo disso é o manuscrito que Richard tenta ler para publicar em sua primeira noite sem sua esposa, com um titulo título bem sugestivo “Instinto reprimido do homem”.
Outra brincadeira muito divertida do diretor Billy Wilder são os delírios de Richard, onde ele sonha estar vivendo uma cena do filme “ A Um Passo da Eternidade”.
Muito divertido também é quando Richard se olha no espelho e acredita ser o próprio "Retrato de Dorian Gray” um personagem da literatura irlandesa devasso e que leva ao questionamento dos valores morais.
No Brasil a tradução do título do filme não foi das melhores "The Seven Year Itch" seria , "A Coceira do Sétimo Ano". Uma referência ao sétimo ano após o casamento, quando os maridos sentem geralmente uma forte vontade de cometer adultério, o que acaba resultando em divórcio.

Outro erro de adaptação no titulo para o nosso país consiste no fato de o pecado não morar ao lado de Richard, e sim em cima, no segundo andar.
Uma curiosidade que muitos não notaram é que o personagem de Marilyn não tem um nome. No filme só existe referências ao personagem de MM como a garota vizinha, a moça do andar de cima.
Segundo consta, o Pecado Mora ao Lado sofreu varias censuras, a cena clássica do vestido de Marilyn levantando-se com a brisa do metro foi editada para que a calcinha da atriz não aparecesse.

"The Seven Year Itch" quando lançado, causou muita polêmica e o filme quase foi censurado por abordar o adultério como algo banal e exibir muita sensualidade nas telas dos cinemas.
O que podemos dizer sobre o trabalho de Billy Wilder neste filme é que foi simplesmente genial, com um roteiro inteligente com piadas sutis, que não subestimam a capacidade intelectual dos espectadores e um elenco divino.
Vele destacar que Marilyn estava no auge da fama e conseqüentemente da sua sensualidade e glamour beleza .
O casamento da atriz Marilyn Monroe e do astro de baseball Joe DiMaggio chegou ao fim durante as filmagens de O Pecado Mora ao Lado. DiMaggio era extremamente ciumento e segundo consta agrediu fisicamente a atriz várias vezes mas foi o único homem que amou MM verdadeiramente. Joe esperava que MM se tornasse numa mãe e dona de casa exemplar, ele detestava Hollywood, Marilyn não sabia nada de baseball e Hollywood era a sua vida..(outro dia falo mais da vida de Marilyn)
Esta foi a primeira vez que a atriz Marilyn Monroe trabalhou com o diretor Billy Wilder. Ambos se encontraram novamente nos sets de filmagens em Quanto Mais Quente Melhor (1959)

Downloads do Filme no Formato RMVB

o pecado mora ao lado.part1.rar
o pecado mora ao lado.part2.rar
o pecado mora ao lado.part3.rar
o pecado mora ao lado.part4.rar

Senha para descompactar se necessário:
http://farra.clickforuns.net



segunda-feira, 15 de junho de 2009

Rita Hayworth por Caetano Veloso


Resolvi colocar um vídeo que amo muito de Caetano Veloso, onde o mesmo faz uma homenagem a minha deusa Rita Hayworth.
O vídeo tem mais imagens de Ava Gardner em “A Condessa Descalça, mas há uma explicaçãopara isso: Ava interpreta Maria Vargas, uma dançarina espanhola que se torna um grande sucesso de Hollywood mas se vê às voltas com os inconvenientes da fama e que se casa com nobre italiano, o Conde Vincenzo Torlato-Favrini. A história do filme dizem ser inspirado na vida de Rita Hayworth. Filha de pai espanhol, a atriz dançava flamenco profissionalmente desde os 12 anos de idade e se tornou a primeira princesa de Hollywood ao se casar com o príncipe islâmico Ali Khan.

Aí está a letra da música de Caetano

“Amei tantos anos a Gilda cantando e dançando na chuva.
O mundo do cinema às vezes me salva do caos que quase me traga.
Da noite que não se apaga.
O mundo do cinema acalma o coração quase sem luz
Com seus raios seduz…
Es heroína mais pura da alma…

Amei tantos anos a Ava e todas as Evas que ela encarnava
Mulheres de bocas tão vermelhas.
Mulheres de Olhos de ressaca…
Com suas luas de papel…
Com suas ilhas de pirata…
E melodias de Sinatra…
Amei tanto anos a Gilda cantando e dançando na chuva….
O mundo do cinema às vezes me salva.”




domingo, 14 de junho de 2009

Sabrina 1954


Ganhei o filme “Sabrina” de 1954 e adorei, pelo que pude notar a refilmagem de 1995 foi muito fiel a história original com Audrey Hepburn, William Holden e Humphrey Bogart. Como todos já sabem, o filme conta a história da filha do motorista particular da família Larrabee. Uma jovem que cresceu nos fundos da mansão dos Larrabee encantada pelas belas festas que os patrões do pai ofereciam aos amigos e também com o filho mais jovem da família, o playboy Davis (William Holden).
Sabrina, porém sabe que nunca terá a oportunidade de ter o amor de Davi e parte para a França, onde irá estudar culinária. A jovem quando retorna está
totalmente transformada pelo ar de Paris. Sabrina volta uma nova mulher, elegante, sofisticada, madura e que acaba por encantar o mulherengo David, que agora

encontra-se noivo de uma jovem importante da sociedade. Os Larrabee tentam impedir que David rompa o noivado, pois seu casamento significa uma poderosa fusão nas industrias da família.
O irmão mais velhos de David, Linus (Humphrey Bogart) iniciará um processo para afastar a jovem Sabrina do caminho do playboy. O problema, porém será que Linus também acaba por se apaixonar por Sabrina.
O final da história todos já sabem, afinal de contas essa uma das comédias românticas mais famosas e clássicas do cinema.
Audrey Hepburn está belíssima no filme, com sua elegância de sempre e com um figurino impecável, uma verdadeira “bonequinha de Luxo”. Humphrey Bogart está como sempre encantador, sedutor e charmoso. Com ele a impressão que se tem é que “sempre haverá Paris”.

O roteiro do filme foi baseado em peça teatral de Samuel A. Taylor.
Sabrina recebeu Oscar em 1955 na categoria de melhor figurino em preto e branco;
Também ganhou o Globo de Ouro em 1955 na categoria melhor roteiro e o BAFTA Indicado na categoria melhor atriz britânica (Audrey Hepburn).
Segundo comenta-se o clima entre Audrey Hepburn e Humphrey Bogart durante as filmagens era péssimo, por isso ela quase foi substituída por Lauren Bacall.
Na refilmagem de 1995 Harrison Ford representou Linus Larrabee, Julia Ormond viveu Sabrina e Greg Kinnear foi David.
O papel de "Sabrina" foi originalmente oferecido para Winona Ryder e o de David para Tom Cruise mas ambos recusaram.