sexta-feira, 10 de julho de 2009

Se Meu Apartamento Falasse - The Apartment


C.C. Baxter ou Buddy (Jack Lemmon) é um jovem solteiro que vive em um apartamento pequeno mas confortável próximo ao Central Park e trabalha em uma grande empresa. Lá ele ocupa um cargo sem muita expressão, mas aspira um dia chegar à direção. Buddy descobre uma maneira de conseguir uma ascensão meteórica no escritório emprestando seu apartamento para encontro amorosos de seus superiores com funcionárias da empresa.
C.C. Baxter, porém, começa a perceber que esta forma de progredir profissionalmente não é tão fácil como ele imaginava. Sua privacidade começa ser prejudicada e para piorar ele se apaixona por Fran Kubelik (Shirley MacLaine) uma das ascensoristas do prédio onde ele trabalha e que por ironia do destina tem um caso amoroso com um dos diretores da empresa, Jeff D. Sheldrake (Fred MacMurray) .
Fran acredita que Jeff a ama verdadeiramente e que irá se separar de sua esposa para estabelecer um relacionamento estável com a jovem. Porém na festa de natal da empresa a moça descobre que não passa de mais uma nas mãos do executivo e após uma discussão com seu amante no apartamento de Buddy, tenta suicídio ingerindo vários comprimidos de sonífero.
C.C. Baxter chega a seu apartamento e encontra a jovem ascensorista quase morta, porém com a ajuda de seu vizinho Dr. Dreyfuss (Jack Kruschen) ambos conseguem salvar a vida da jovem.

A partir de então Buddy passa se envolver mais e mais com a jovem o que acaba por custar-lhe o cargo que tanto almejou.
The Apartment é uma comédia deliciosa e inteligente onde Billy Wilder não tem a intenção de nos levar a gargalhadas, mas sim aquela sensação de bem estar diferente que alguns poucos filmes são capazes de fazer.
Jack Lemmon está comovente com aquele ar de bufão e ao mesmo tempo de bom moço que mesmo em meio a vida

agitada dos seus superiores consegue se manter pacato e fiel ao sentimento que nutre pela jovem Fran. Como sempre atuando com perfeição nos faz sentir aquela melancolia pelo seu personagem e uma simpatia gratuita logo de cara pelo jovem Buddy.
Shirley MacLaine com aqueles cabelos curtinhos e olhos apertadinhos consegue quase nos convencer que nao está atuando, que realmente é uma
jovem e frágil mulher apaixonada que sem querer acaba por se envolver somente com a pior espécie de homens.
Como todos já perceberam, mais uma vez Wilder aborda assuntos polêmicos para época nesse filme tais como: o adultério, suicídio e relação patrão/funcionária. Além disse faz referências a clássicos do cinema durante do desenrolar da historia, como a cena onde Jack Lemmon janta a frente da TV a espera da exibição de Grand Hotel de 1932.
Essa é mais uma comédia homérica e deliciosa, dirigida pelo mestre Billy Wilder Com um excelente roteiro e a fabulosa direção de Wilder, o filme recebeu 10 indicações ao Oscar, sendo agraciado com cinco estatuetas: Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Roteiro Original, Melhor Direção de Arte - Preto e Branco e Melhor Edição. Foi ainda indicado em outras 5 categorias: Melhor Ator (Jack Lemmon), Melhor Atriz (Shirley MacLaine), Melhor Ator Coadjuvante (Jack Kruschen), Melhor Fotografia - Preto e Branco e Melhor Som.
Ganhou 3 Globos de Ouro: Melhor Filme - Comédia/Musical, Melhor Ator - Comédia/Musical (Jack Lemmon) e Melhor Atriz - Comédia/Musical (Shirley MacLaine).
Ganhou o prêmio de Melhor Atriz no Festival de Veneza
Com exceção de A Lista de Schindler (com algumas cenas coloridas), Se Meu Apartamento Falasse foi o último filme em preto e branco que ganhou o Oscar de melhor filme.
Para dar a impressão de um escritório muito grande nas cenas em que C. C. Baxter está na escrivaninha, o diretor Billy Wilder utilizou atores anões e mandou fazer móveis especiais.
O "C.C." em "C.C. Baxter" é a abreviatura de Calvin Clifford.
Deixo o DOWNLOADS de se meu apartamento falasse para quem interessar.

The_apt_leg_FORUM_FARRA_up_by_Eudes.part1.rar
The_apt_leg_FORUM_FARRA_up_by_Eudes.part2.rar
The_apt_leg_FORUM_FARRA_up_by_Eudes.part3.rar
The_apt_leg_FORUM_FARRA_up_by_Eudes.part4.rar
The_apt_leg_FORUM_FARRA_up_by_Eudes.part5.rar
The_apt_leg_FORUM_FARRA_up_by_Eudes.part6.rar

Senha para descompactar: http://farra.clickforuns.net



terça-feira, 7 de julho de 2009

Pink Martini


Para todos aqueles que gostam das trilhas sonoras de cinema, hoje posto um breve comentário sobre a banda Pink Martini, responsável pela reagravação belíssima de músicas como “Amado Mio” do filme Gilda onde Rita Hayworth foi dublada por Anita Ellis na cena em que canta no clube noturno.
Temos também com a banda, Let's Never Stop Falling in Love trilha sonora do filme Sr. e Sra. Smith. A banda é responsavel por vários outros sucessos musicas que admiramos no cinema entre eles Carne Viva, Enfermeira Betty, Josie e as Gatinhas, Tortilla Soup etc. A música "No Hay Problema" foi incluída como música de fundo/setup no Microsoft Windows Server 2003. Além disso a banda marca sua presença no seriado Família Soprano.
Originalmente formado em Portland, Oregon, o Pink Martini fez sua estreia europeia no Cannes Film Festival.
O álbum de estreia do Pink Martini, Sympathique, foi lançado com selo próprio, Heinz Records (depois nomeado Lauderdale’s dog) em 1997. Mais de um milhão e trezentas mil cópias foram vendidas no mundo inteiro.

A banda é composta por doze membros, e foi formada em Portland, Oregon, o responsável por sua criação foi o pianista Thomas M. Lauderdale em 1994. Eles misturam diversos gêneros musicais como a música latina, lounge, música clássica européia e jazz.
No álbum New Year's Eve, 2005, o Pink Martini tocou ao vivo no Arlene Schnitzer Concert Hall em Portland, Oregon. O show foi transmitido ao vivo na National Public Radio's Toast of the Nation, e gravado para um DVD ao vivo e mais tarde transmitido na rede pública de televisão dos Estados Unidos e da França.

Devido a sua formação acima da média (12 membros), a banda teve problemas em encontrar lugares em outras cidades para se apresentar. Com a ajuda do amigo da banda Norman Leyden começaram a se apresentar com várias orquestras atráves do país, conquistando assim mais fãs. No dia primeiro de Junho de 2007, a banda foi a convidada do programa de música Later with Jools Holland, da BBC.
Espero que gostem do vídeo que deixei abaixo e também dos dois CDs que disponibilizo. Deixo para quem se interessar o site oficial da banda http://www.pinkmartini.com/

Sympathique (1997)
Pink Martini - Sympathique [1997].zip
Hang on Little Tomato (2004)
Pink Martini-Hang On Little Tomato [2004].rar





segunda-feira, 6 de julho de 2009

Crepusculo dos Deuses - Sunset Blvd


Com certeza Crepúsculo dos Deuses ou A Can of Beans / Sunset Boulevard foi o mais complexos filme a ser comentado por mim devido à grandiosidade e importância da obra do diretor e também roteirista Billy Wilder.
Nesse clássico cinematográfica Wilder despe sem o mínimo pudor a realidade cruel da indústria cinematográfica especificamente Hollywood. Em uma das mais devastadoras sátiras sobre o lado sombrio do ser humano e da indústria de cinema americano.
A história tem seu início com um assassinato na Sunset Boulevard onde um homem Joe Gillis (William Holden) é encontrado morto boiando em uma piscina e por meio de flashback, ele vai narrando tudo que viveu nos seus últimos seis meses de vida, quando por uma ironia do destino acabou por conhecer uma decadente atriz do cinema mudo, Norma Desmond (Gloria Swanson).
Gillis, fugindo de cobradores acaba indo parar em uma propriedade suntuosa mas em processo de decadência.

Achando estar sozinho no local ele adentra para o interior do império em ruínas, mas logo é surpreendido pela figura bizarra de um mordomo digno de filmes de horror Max von Mayerling (Erich von Stroheim) que vem recebê-lo, crendo ser o jovem roteirista responsável pelo velório do animal do estimação da proprietária do local, um “chimpanzé talvez neto de King Kong – pensa Gill”.
Logo que tudo é esclarecido e Norma descobre que o jovem sedutor é um roteirista falido e de imediato propõe que ele leia um roteiro escrito por ela e o melhore para que Cecil B. DeMille (vivido por ele mesmo no filme) a dirija no papel principal. Gills vê na possibilidade de ali ficar escondido por uns dias uma ótima opção, porém, o que era para ser um esconderijo acaba se tornando um cativeiro.

No decorrer dos dias, o jovem percebe que a atriz decante está perdidamente apaixonada por ele e que ele sem notar acabara por se transformar num gigolô, vivendo dos favores financeiros da atriz.
Psicologicamente Norma é uma mulher totalmente perturbada, ainda acha que faria sucesso com seu retorno, mas como o próprio DeMille diz a ela, os tempos são outros e a indústria do cinema havia mudado muito.
A obcecação da atriz decadente pelo jovem roteirista se torna cada vez maior e ela acaba por descobrir que ele estava a escrever um roteiro (História de Amor Sem Título) juntamente com uma jovem assistente de produção, Betty Schaefer (Nancy Olson).
O ciúme passa dominar a atriz e a possibilidade de ser abandonada pelo homem que ama perturba ainda mais o seu inconsciente, levando-a em um momento de extrema insanidade a cometer o assassino do jovem roteirista.
A história atingi seu clímax de inesquecível horror-glamour, à medida que Norma se

aproxima de forma sedutora de um cinemagrafista de cinejornal durantes sua prisão por assassinato e declara que está pronta para o close. Ao mesmo tempo Wilder recua a câmera para enquadrá-la em plano aberto enfatizando sua solidão e insanidade.
Se observarmos bem, a propriedade babilônica criada Billy Wilder para ser a residência de Norma notaremos que a mesma tem muito da Xanadu, de Kane. Escadaria colossal, salões enormes com mobílias gigantescas e um ar mórbido perturbador.
A atuação de Gloria Swanson é um show a parte, e não por coincidência a atriz fez muito sucesso no cinema mudo e naquela época estava praticamente esquecida.
Vale destacar que o número de referências à história do Cinema é outra característica importante do filme.
Como curiosidade ressalto que a idéia inicial do diretor era a de mostrar vários mortos no necrotério, trocando idéias de como cada um morrera. Numa sessão pré estréia, o público começou a achar graça e riu loucamente, e Wilder teve que voltar atrás, modificando para um tom mais sério. Diálogos curtos e humor refinado, envoltos numa atmosfera noir.
O filme ganhou 2 Oscars, o de melhor roteiro, direção de arte e trilha sonora.
O título original, Sunset Boulevard é uma clara referência à famosa localidade de Los Angeles, onde a fictícia residência de Norma se localiza.
Billy Wilder buscou Montgomery Clift para o papel de Joe Gillis, e após um período de negociação, Monty desistiu do papel. Melhor para Willian Holden, que assumiria soberbamente.

Gloria foi a última das opções, depois Mae West, Mary Pickford e Pola Negri. Billy buscava uma atriz experiente, que tivesse vivido a época retratada por Norma. Em algumas cenas somos presenteados por cenas de filmes protagonizados pela própria Glória.

Termino o post com alguns diálogos marcantes dessa pérola do cinema clássico:
“O público não sabe que alguém senta e escreve um filme. Pensam que são os atores que inventam enquanto vão representando”
“Ninguém deixa uma estrela. Isso que faz de alguém uma estrela. As estrelas são eternas.”
“Eu sou grande. Os filmes é que ficaram pequenos.
"Estou pronta para o meu close, Mr. DeMille."